Por que a (Psic)análise?
Cada abordagem terapêutica não dá conta, sozinha, da complexidade humana, não é mesmo? No entanto, cada uma delas tem sua contribuição para o entendimento das questões que envolvem o nosso desenvolvimento enquanto seres humanos. E, muitas vezes, podem até ser combinadas. São muitas as questões que envolvem esse processo de desenvolvimento que perpassa, desde a gestação, pela família, cultura, história, educação, aprendizagem, linguagem, relacionamentos, identidade, escolhas, decisões, sentimentos, emoções... ufa! A lista não acaba, pois somos seres em evolução, em transformação, inacabados (como diria Paulo Freire), pulsionais (Freud) e desejantes e faltantes (Lacan) o que nos leva a ter esperança em sempre melhorar o que não está tão bom assim.
No entanto, nem sempre conseguimos nos resolver sozinhos; às vezes, a vida nos dá uma rasteira, nos pega de surpresa, nos abate ou a gente sente algo que não se encaixa, que nos angustia, sejam sensações, comportamentos, conflitos existenciais e, na pior das vezes, tais conflitos refletem em nossa saúde mental e física. É quando o corpo e a mente não dão mais conta de sofrer.
Por isso, a análise ou psicanálise é um método que investiga como nós nos estruturamos desde a infância e como lidamos com as questões da vida. Muitas outras abordagens, igualmente importantes no campo da saúde mental (Psicologia) abordam os sintomas presentes, observando o consciente e suas manifestações emocionais e comportamentais. No entanto, a Psicanálise é o único método que investiga o inconsciente (uma parte de nosso psiquismo que age sobre nós, sem que percebamos) e vai na raiz do que nos estruturou, oferecendo uma oportunidade de entendermos, aceitarmos e reelaborarmos o que somos, podendo, então, tornarmos conscientes para termos mais liberdade de sermos quem realmente desejamos ser.